segunda-feira, 18 de maio de 2015

sábado, 25 de abril de 2015

Felicidade

Todos queremos ser mais felizes. Mas a busca por essa felicidade não tem necessariamente de custar a vida ao nosso planeta, certo? Normalmente não paramos para pensar muito nisto (estaremos ocupados a colocar uma nova foto no Instagram ou a comprar o mais recente gadget), mas uma vez esgotados os recursos do nosso planeta, não haverá mais sítio para onde ir. Correcto? 

A vida dos humanos como os conhecemos em civilização na Terra só começou há cerca de seis mil anos* (somos apenas um óvulo acabado de fecundar quando em comparação com a era dos dinossauros, se tanto), e existe ainda muito para fazer, para conhecer, para melhorar, para equilibrar entre os diversos pontos do globo. Eu não quero ser uma das últimas gerações a ter a oportunidade de viver este planeta maravilhoso, não quero mesmo. 

Achei bastante interessante a abordagem de Nic Marks nesta TEDtalk sobre os índices que medem a felicidade humana, e como eles dependem invariavelmente da felicidade e saúde do nosso planeta. Aconselho a darem uma espreitadela! E sabiam que a Costa Rica é considerado o país mais feliz do mundo?

Costa Rica

* andava aqui a bater com a cabeça nas paredes para ver se me lembrava da história e cronologia da vida na Terra (é que as aulas de Geologia já foram há uns aninhos, poucos) e encontrei este artigo super interessante, e que utiliza fontes de confiança, acerca dos primórdios da vida humana; está em inglês mas vale bastante a pena!

Assim, livre

Não consigo imaginar como seria viver em ditadura. Apesar de todas as histórias, descrições e filmes sobre o assunto, a minha cabeça não é capaz de recriar esse cenário vivido em Portugal antes do dia 25 de Abril de 1974. Não consigo imaginar. Muitas foram as pessoas exiladas e torturadas apenas por pensarem de forma diferente, por ansiarem querer saber mais e formar as suas próprias opiniões, por ansiarem liberdade. Não tenho familiares ou pessoas próximas que tenham vivido de perto as consequências do Salazarismo, e por isso não as conhecerei a fundo, mas sei reconhecer a importância que a Revolução dos Cravos teve para o povo da altura e para todos os portugueses que se lhe seguiram. E louvo aqueles que tiveram a coragem para lutar pela liberdade e pelo direito de ser (pensar, opinar, escrever, partilhar), sem munições e sem sangue derramado. Não poderia ter sido um Revolucionar pela Liberdade de outra maneira.

Inevitavelmente, dei por mim a pensar: como seria a minha vida se as amarras de então ainda hoje prevalecessem? Teria tido a oportunidade de, enquanto mulher, tirar um curso superior de engenharia na capital, ao mesmo tempo que saía de casa dos pais para morar numa residência mista de estudantes? E todos os temas e ideais debatemos em contexto universitário? Entre pessoas de todas as classes, de todos os géneros, com ideais às vezes tão diferentes? Teria tido a oportunidade de realizar um interrail pela Europa com amigos, só porque partilhávamos o sonho da aventura e de conhecer além-fronteiras? Teria tido a oportunidade de ir sozinha para um país diferente do meu, sem a assinatura do meu pai ou do meu marido arranjado, e por duas vezes? Teria?
    
Ninguém é totalmente livre, a não ser que habite sozinho no mundo, isso é certo. Existe todo um conjunto de circunstâncias que nos toldam social e emocionalmente, desde o país em que nascemos aos nossos próprios sentimentos, que toldam as nossas escolhas e acções. A nossa liberdade individual terminará onde começar a liberdade de um nosso par, ou da nossa sociedade, pelo que existem leis a ser cumpridas para o bem-estar de todos nós. Mas a liberdade, o livre-arbítrio, esses continuam presentes, as pessoas poderão escolher cumprir ou não cumprir a lei (muitas vezes questionável). Concordar ou não concordar, e agir em coerência com isso. O lidar com as consequências fará parte do direito à liberdade, a partir do momento em que temos liberdade. É preciso não esquecer que ainda existem muitas lutas a travar para a promoção universal da liberdade e dos direitos humanos, e sobre isto teríamos pano para mangas para continuar a conversa. No entanto, hoje também quero lembrar que tenho a oportunidade de aqui expressar a minha opinião publicamente, sem qualquer receio. Assim, livre.

quinta-feira, 5 de março de 2015

O amor não tem rótulos

O amor não tem rótulos, pois não?
O amor não tem género, o amor não tem idade. O amor não tem raça, o amor não tem deficiência. Pois não?? Nunca nenhum destes factores deveria condicionar o amor, mas ainda condiciona. E iniciativas como esta vão ajudando a libertar as amarras dos preconceitos que ainda moram ancorados na cabeça e, infelizmente, no coração de muitas pessoas. 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Banda sonora #1

Mais uma segunda-feira, mais um início de semana. Os Foster The People têm sido a minha banda sonora de hoje. O meu ritmo, a minha energia. Acho que ainda só editaram dois álbuns, de nome Supermodel e Torches. São fãs?

E lá fora, já esteve a nevar. Nunca antes tinha visto flocos de neve a descer do céu. Acelerados, vêm num turbilhão, mas com a leveza de quem apenas se flutua no ar, sem preocupações ou pressa de chegar. E apesar do frio, já aqueceram o meu coração. Estive quase a descer do meu sexto piso até à rua, só para me sentir envolvida por eles... mas optei por manter a compostura por aqui. Não foi bem por isso, foi mesmo porque depois parou de nevar. Boa segunda-feira a todos!

Supermodel
Torches

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Película #2

Tinha eu dito que consegui ir quatro vezes ao cinema durante as minhas férias em Portugal. Verdade!! Eu bem sei que os preços do cinema podem ser algo proibitivos, mas é algo que adoro fazer. E desde que estou com o Country Boy, é algo que fazemos com bastante regularidade, acho até que faz parte dos hábitos bons da nossa relação. Normalmente, conseguíamos ir ao cinema uma vez por mês em média. E isto só era possível porque o meu querido Pai Júpiter (qualquer dia, explico esta alcunha!) possui um daqueles cartões de cinema em que pagamos o valor de um só bilhete para duas pessoas. Ou seja, por pouco mais de 6 euros, temos entrada no cinema. Pipocas ou bebidas são sempre bem-vindas, mas nem sempre consumimos. Até há bem pouco tempo, eu e o Country Boy éramos apenas estudantes universitários e, como tal, sempre a contar os trocos. Mas, como sempre adorámos ir ao cinema, cortávamos nalgumas coisas menos essenciais para nós e conseguíamos sempre. Neste momento, já ambos acabámos os cursos, mas os trocos ainda não se multiplicaram (infelizmente!) e agora vivemos em países diferentes. Em poucos dias, tivemos mesmo de aproveitar e encher a barriga de cinema! 

Estes foram os escolhidos: 
The Hobbit: The Battle of the Five Armies
Virados do Avesso
Interstellar
Exodus: Gods and Kings

The Hobbit: The Battle of the Five Armies (7,7 no IMDB)
Foi o culminar desta aventura do The Hobbit e The Lord of the Rings e, por isso, tinha de estar na nossa lista. Confesso que me senti um pouco desiludida no final do filme, porque esperava algo mais emocionante, precisamente por ser o último filme. Achei que ia sair da sala de cinema com lágrimas nos olhos de nostalgia, por me despedir de personagens como o Gandalf ou o Bilbo, mas isso não aconteceu. O Country Boy, fã incondicional desta saga, não sentiu o mesmo, acho que até ficou bastante satisfeito. Uma coisa importante é que eu não li nenhum dos livros em que estes filmes se baseiam, por isso, só conheço mesmo o que o cinema me proporcionou até aqui. E isso pode ter muita influência nas opiniões. Andei a fazer contas e percebi que estes filmes do Peter Jackson me acompanharam desde os 11 até aos 24 anos, o que é impressionante... E tanta coisa já mudou, toda uma vida. 

Poster que o Country Boy tem no quarto há cerca de ano e meio (mesmo por cima da cama!). Eu disse que ele era fã... 

Virados do Avesso (sem cotação no IMDB)
Este filme português surpreendeu pela história, mas desiludiu um pouco na execução, tenho de admitir. A história baseia-se num homem (Diogo Morgado) que acorda certa manhã e não se lembra mais que é homossexual, não compreendendo assim o belíssimo homem (Jorge Corrula) de tanga deitado ao seu lado. Ao mesmo tempo que depois tenta definir à força a sua identidade sexual, tenta também acabar o seu último romance, mas o bloqueio é total. Todo o filme é bastante humorístico, tendo até em conta o elenco, e achei mesmo que a história estava bem construída. Acho que a parte da execução e realização, assim como alguma encenação, poderiam ter sido muito melhor conseguidas. Mas valeu o esforço e valorizo bastante quem aposta no cinema português, como foi este o caso.

Interstellar (8,8 no IMDB)
O que dizer sobre este filme magnífico? Um filme mais que brilhante! Fico emocionada só de estar a escrever sobre ele, admito! É um dos melhores filmes a que já assisti, desde sempre, e possivelmente, estará entre os meus preferidos para todo o sempre. Achei fenomenal a forma tão clara como alguns fenómenos da Física são abordados, nomeadamente, os buracos negros (black holes) e os worm holes (não sei o termo científico em português, mas a tradução será algo como 'buracos de minhoca'). Este tipo de assunto, por se encontrar aparentemente tão longe da nossa realidade aqui na Terra, tende a parecer muito complexo e inatingível para o cidadão comum. Uma pessoa até poderia compreender a teoria, mas imaginar os efeitos práticos disso tornava-se um grande desafio. Este era o meu caso. E este filme desfez tudo isso, desfez esse nó de incompreensão que sei que existe em muitas pessoas, ou existia. A personagem interpretada pelo Matthew McConaughey é bestial, perfeita mesmo, não mudaria nem um milímetro (estava a tentar lembrar-me de adjectivos mais profundos ou pomposos, mas nada de ocorre...). E o filme, qualificado como de aventura e ficção científica, é, além de tudo isso, um filme extremamente comovente. Com imagens maravilhosas, uma banda sonora irrepreensível e carregadíssimo de emoção. Desafio toda a gente a ver este filme (que acho que ficará na História do cinema, tem de ficar!) e depois venham cá contar! Quem não se emocionar, terá um coração de pedra. Quem não se interrogar sobre o universo (e algo mais), há muito que perdeu a ânsia de viver. (Esta última parte pode parecer algo exagerada, mas é mesmo o que penso.)

Interstellar

Exodus: Gods and Kings (6,3 no IMDB)
Este filme marcou o nosso (meu e do Country Boy) primeiro dia de 2015. O nosso jantar nesse dia foi obrigatoriamente um balde gigante de pipocas, uma vez que toda a restauração e actividade comercial encerra no dia 1 de Janeiro. Sendo eu a Country Girl e meio distraída, Country Boy idem idem, não fazia ideia deste acontecimento anual, até porque no primeiro dia dos anos (percebem?) normalmente nem saio à rua. Desta vez, fomos ao cinema!
Quando estávamos a ver o trailer deste filme, o Country Boy reparou numa coisa interessante; praticamente toda a história era desvendada, nem um pouco de mistério ou suspense. Este filme retrata a história de Moisés e das pragas que o Egipto sofre nessa altura, já várias vezes contada no cinema, é certo, mas eu estranhei na mesma. E aqui o Country Boy encontrou a explicação, que depois pudemos verificar mesmo na sala de cinema. O filme é inovador é na forma como aborda a história, em toda a sua realização e concepção. Nas imagens maravilhosas que nos mostra, nas personagens humanas que nos apresenta (o vilão não é apenas o vilão, também tem carácter e sentimentos), no sentimento de injustiça em que nos envolve. E o Christian Bale está, como habitualmente, espectacular. Surpreendeu-me pela positiva este Exodus, mas é o que costuma acontecer quando não criamos muitas expectativas (como criei com o Hobbit).

p.s.: desculpem-me o longo texto, mas tinha de deitar isto cá para fora de uma só vez.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Branquinho...

Tem estado um frio de rachar durante toda esta última semana aqui por Antuérpia. A minha sorte é que só tenho de o enfrentar mesmo a sério para ir e vir da universidade, porque dentro dos edifícios está sempre uma temperatura confortável. Tão confortável que já vi pessoas de T-shirt (não me perguntem como...). Eu cá estou a manter uma média de 3 a 4 camisolas, além do casaco, cachecol e luvas, mas isso sou eu. 

Mas não foi isso que me trouxe aqui agora. Como disse, tem estado um frio de rachar por aqui. E que tenho vindo eu a pensar nestes últimos dias? Que já que tenho de levar com tanto frio, também podia haver neve. Aliás, todos os dias, ao chegar à porta da rua, pensava nisso. E verificava constantemente a página da meteorologia para andar a par da situação: ora neva, ora não neva... Andei mesmo a fazer pedidos secretos, não sei bem a quem, aos meus botões talvez, para que um pouco de branquinho viesse cobrir estas ruas ultimamente tão cinzentas. Ontem o meu pedido intensificou-se, que estavam -3ºC (eu sei que há bem pior, sim) e, só num percurso de vinte minutos a pé, achei que tinha perdido o nariz e as orelhas para sempre. Depois ficou tudo bem, que a sala de computadores do workshop de estatística (só para mostrar que até faço alguma coisa da vida, é verdade) estava bem quentinha, mas senti que o meu pedido haveria de ser atendido algum dia... 
E sabem qual foi a primeira coisa que vi esta manhã ao acordar? Isso mesmo!!
 

É verdade, fiquei a sentir-me como uma criança de sete anos na hora de abrir os presentes de Natal, e devo ter esboçado um sorriso correspondente a isso, apesar de ainda estar meio a dormir. Também é verdade que a neve não dava para ir brincar, muito menos esquiar, mas não demoveu o meu encantamento. Umas quatro horas depois, já nem vestígios havia dela, por isso, talvez nem tinha sido neve a sério, só branquinho, como gosto de lhe chamar... Branquinho, como aquele açúcar polvilhado no topo das tortas e do pão-de-ló. Pouco depois, voltei para o vale dos lençóis, por isso ainda duvidei... poderia ter sido apenas um sonho?

Não, acho que não:


Bom domingo a todos!